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Tocares e Cantares Tradicionais da Madeira

by Xarabanda

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1.
Si que brade, si que brade, si que brade si que brade, si qu'a gente se me dá a minha mantia ai, ai o senhor como está, a minha ai, ai não cases com mulher nova que é o encanto dos maganos qu'eu fui casar com uma velha que tinha catorze anos não cases com mulher nova por causa da filharada qu'eu fui casar com uma velha que me trouxe uma ninhada desfaça-se o céu em raios acabe-se o mundo já escape do adilúvio a minha mantia ai, ai
2.
o preto para casar dá um anel à Carolina dá-lhe um abraço e um beijo fica casada a menina o preto para casar tem de comprar um dote é casado com beijinhos dura até à hora da morte a preta p'ra dar à luz chama pelo seu querido responde o preto p'rà preta que quero sofrer contigo ontem tiveram um miúdo é parecido com um pretinho logo fizeram uma festa comeram bolos e vinho
3.
passarinho vai em bando ver um anjinho tão lindo e que a mãe no está embalando contente em no ver dormindo embala preto embala embala-me este menino ai ele não chora com fome chora porque é pequenino vai-te embora passarinho deixa a baga do loureiro ai deixa o menino a dormir o seu soninho primeiro quem tem meninos pequenos à força há de cantar ai quantas vezes as mães cantam com vontade de chorar
4.
ó Maria dá-me lume que pedir não é pecado dá-me uma brasa Maria tenho o cigarro apagado eu já fui agora não, veneno na tua boca p'ra tuas palavras loucas tenho sempre orelha mouca eu fui ao mar às garoupas e pesquei no lageado confessa-te alma perdida do que me tens assacado se fores ao mar, ao peixe, olha que peixe apanhais apanha-me a garoupinha que é preixe de três sinais eu fui ao mar de joelhos de joelhos fui ao fundo também se há-de acabar a maldade deste mundo ó mar tu és um leão que a todos queres comer não sei como podem os homens as ondas do mar vencer as ondas do mar lá fora são grandes e amarelas ai coitado de quem nasce p'ra morrer no meio delas debaixo do mar é lodo debaixo do lodo é chão debaixo de uma amizade se descobre uma paixão
5.
da serra veio um pastor à minha porta bateu trouxe uma carta que diz que o Deus Menino nasceu essa notícia tivemos à meia noite seria por isso nós vamos dar os parabéns a Maria também diz a tal cartinha que a Virgem estava a chorar por não ter uma roupinha que O pudesse abafar a carta diz que Ele está nas campinas de Belém numa caminha de palha sozinho sem mais ninguém eu vou correr a Belém quem quiser venha comigo fiquem os gados no campo vamos ver o nosso Amigo ó meu Menino Jesus meu lindo amor-perfeito se Vós tendes frio vinde vinde parar ao meu peito foste nascer numa gruta entre brutos e pastores podendo ser na cidade entre bispos e doutores nos braços da bela aurora vejo o Menino brincando com a mãozinha de fora todo o mundo abençoando
6.
daqui para a minha terra é tudo caminho chão ai é tudo cravos e rosas que eu despus com a minha mão seguimos seguimos avante a caminho da nossa aldeia ai mostrando as nossas rendas e a nossa fina meia os nossos nossos calções os nossos pés delicados ai os nossos corpos bem feitos pelas damas desejados o diabo leve os homens enfiados numa linha ai deitar o corpo lá fora para engodo da sardinha amarrei o sol à lua na ponta de um guardanapo ai o sol era mais pequeno fugiu pelo buraco o meu amor disse que vinha quando a lua viesse ai a lua já vai tão alta e o meu bem não aparece
7.
Abadessa tem três filhas todas três para casar venh' aqui p'ra me dar uma para com ela brincar eu não dou as minhas filhas nem por ouro, nem por prata, nem por sangue de Aragão, e não dou as minhas filhas do mosteiro em qu' elas 'tão tão alegres que nós vínhamos tão tristes que nós voltamos pela filha da Abadessa que daqui não levamos volta atrás ó cavalheiro por seres homem de bem entra dentro do mosteiro escolhe a que te quer bem esta quero, esta não quero esta quero, esta me dão esta é o pão da cesta esta é o vinho da Calheta esta é a carne do acém anda comigo meu bem quem me dera um picão p'ra picar este balcão quem me dera uma joeira p'ra joeirar esta eira quem me dera um madeiro p'ra picar este mosteiro
8.
Já que estamos na repisa vamos fazê-la bem feita que o patrão fica contente e a patroa satisfeita ó i ó ai e a patroa satisfeita debaixo daquele monte 'tá uma latadinha d'uvas se ninguém for apanhá-las vão-se perder de amduras ó i ó ai vão-se perder de maduras não te encostes à parreira que a parreira larga pó encosta-te à minha cama sou solteiro e durmo só ó i ó ai sou solteiro e durmo só venha vinho, venha vinho venha mais uma canada quem quiser beber mais vinho ponha a boca na levada ó i ó ai ponha a boca na levada venha vinho, venha vinho venha também bacalhau venha pão com peixe espada tudo junto não é mau ó i ó ai tudo junto não é mau ó parreira dá-me um cacho ó cacho dá-me um baguinho quero fazer água pé já que o meu pai não tem vinho ó i ó ai já que o meu pai não tem vinho
9.
menina, vamos à erva que o cantar da erva lembra minha mãe, não vou à erva que o meu pai não tem fazenda menina, vamos à erva ao lado da minha horta minha mãe, não vou à erva que'a minha foice não corta menina, vamos à erva ao camalhão da levada minha mãe, não vou à erva minha foice está quebrada menina, vamos à erva ao canto da minha horta é que'isto é tarde e não vou que'a minha foice não corta
10.
e ao apanhar o trigo eu não escolho balanco quem vai ser o meu padrinho vai ser o de chapéu branco chamaste as estrelas c'a ponta da minha espada comecei logo à noite acabei de madrugada chamaste-me corriola embaraçada no trigo eu nunca me embaracei senão agora contigo se não fosse a minha mãe eu podia estar casado já podia ter um filho que me fazer um mandado chamaste-me preta preta se eu sou preta bem o sei também a garrafa preta serva na mesa do rei
11.

about

TOCARES E CANTARES TRADICIONAIS DA MADEIRA é o primeiro disco do grupo Xarabanda, 1988. Conta com 11 canções recolhidas em diferentes pontos das ilhas da Madeira e Porto Santo.

credits

released November 1, 1988

João Viveiros - viola, viola de arame, viola de 12, bândola e voz
é Camacho - viola de arame, rajão, braguinha, flautas de bisel soprano e sopranino, percussões e voz
Rui Camacho - flauta transversal, flautas de bisel soprano e tenor, pífaro em ré, percussões e voz
Helena Camacho - rajão, bandolim, flauta de bisel alto, bombo e voz solo
Jorge Gouveia - baixo acústico, braguinha, percussões e voz solo
Carmo Gouveia - percussões e voz
Isabel Gonçalves - percussões e voz solo
Carla Ribeiro - viola, rajão, percussões e voz
Luís Nunes - viola, viola baixo e viola de arame

Participações especiais:

Virgílio Caldeira - violino, nas faixas 3, 4 e 5
Abel Luís - acordeão, na faixa 5
Carlos Vieira - voz solo, nas faixas 5, 7, 10 e 11

Gravação original em novembro de 1988
Técnicos de som: Miguel Camacho e Tito Freitas
Conceção da capa: Zé Camacho
Fotografia da capa: Joel Camacho
Recolhas: prof. António Aragão, prof. Artur Andrade, padre Pita Ferreira, Xarabanda
Textos: Zé Camacho
Produção, arranjos e harmonização: Xarabanda

Remisturado em abril de 1995 no Estúdio Paulo Ferraz

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